quinta-feira, 25 de maio de 2017

Calmaria na tempestade

Eu estava aqui pensando como eu ficaria se estivesse no meio de uma tempestade, mesmo sabendo que Cristo também estava ali. Cristo estava tranquilo, no meio da tempestade, Ele vivia a calmaria... Mas seus discípulos não! (Marcos 4: 37, 38). 

Nós somos como os discípulos, é só o mar se agitar que começamos a nos desesperar... Mesmo sabendo que Cristo continua no controle de tudo! Uma palavra Dele é suficiente para as tempestades recuarem seu furor; mas, talvez, a tempestade não cesse tão rápido assim. (E isso realmente é motivo para não vivermos a “calmaria”?). 

Durante as tempestades que nos alcançam na caminhada, talvez, Cristo queira nos ensinar a descansar, a viver a calmaria apesar das circunstâncias... Ele nos é suficiente! Ele é mais do que bens materiais, Ele é mais do que nossa vida cômoda, Ele é mais do que o ar, o vento, a tempestade. E enquanto nosso foco estiver nas circunstâncias não conseguiremos aproveitar a companhia Dele em nosso barco. Ele está conosco e isso sim é suficiente (e deveria ser o mais importante também). 

Se enquanto eu controlo meu barco e o vento está ao meu favor, eu sigo confiante; contudo eu me desespero ao perder o controle ou diante de circunstâncias desfavoráveis... Isso comprova que ainda ando por vista e não por fé. (“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos." Hebreus 11: 1). Eu devo seguir confiante não porque tudo está acontecendo conforme eu desejo e sim porque eu sei em Quem tenho depositado minha esperança. 

O evangelho não diz que teremos o controle de tudo, muito pelo contrário... Viver com Cristo é saber que realmente não temos o controle de nada, mas Ele tem! E Ele está conosco TODOS os dias. E ainda assim, de vez em quando, Jesus volta a nos perguntar: "Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm fé?" (Marcos 4: 40). 

Viver por fé é um desafio diário. Então, que possamos, diariamente, lembrar que quem está conosco no barco é simplesmente Aquele que tem TODO PODER. Por que se apavorar? (“Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.” 1 Pedro 5: 7)



segunda-feira, 15 de maio de 2017

Dia das mães

Durante anos eu acordava, ia até a cama de minha mãe, deitava em cima dela, a abraçava, a beijava e cochichava em seu ouvido um simples “feliz dia das mães”. Nem sempre tinha presente, nem sempre tinha um belo almoço; mas sempre tinha ela e por isso era feliz o dia das mães...

Nenhum presente que eu comprasse transmitia a importância dela na minha vida, não havia comemorações a sua altura (mesmo que fosse uma festa luxuosa, apesar de eu nunca ter tido dinheiro para isso). O importante mesmo sempre foi a nossa presença (minha mãe, eu e meus irmãos), estarmos juntos, demostrando o amor nos simples gestos, nos detalhes do dia-a-dia e não apenas no dia das mães.

Ela sempre dizia: “Eu só quero de vocês é respeito e obediência...” Ela nunca precisou pedir amor porque sempre existiu amor entre nós; sempre foi recíproco, intenso, forte, real... Quando nascemos corta-se a ligação física existente no cordão umbilical, mas nasce uma ligação ainda mais forte que nem a morte é capaz de romper.

Hoje (14/05/17) meu dia das mães foi diferente. Um pouco após acordar percebi que começava a chuviscar, o dia nascia meio nublado, suas cores não estavam tão vivas. Na verdade, tudo em volta estava meio cinza, mas em minha mente as lembranças com ela estavam vivas e coloridas.

52 dias atrás ela estava aqui, mas hoje não está mais. Até para parabenizar algumas mães hoje pelo seu dia foi difícil; afinal esse dia era pra minha mãe, o sentido desse dia era tê-la aqui comigo...

Apesar do dia hoje ter sido meio vazio sem minha mãe, as lembranças que vêm em minha mente são belas e alegres. Desde que nasci, em todos os dias das mães, eu estava com ela, eu sorria com ela e pra ela. E tudo que vivemos durante esses anos não será esquecido, afinal já está na minha essência. Como uma amiga me disse: “há muito da minha mãe na minha essência...”

No dia das mães sempre tentamos agradar mais nossas mães (porque fazer isso o ano todo é difícil hein... rs) e só por tê-las conosco é motivo de agradecermos. Hoje, mesmo sendo um dia saudoso pra mim, sou grata a Deus pelos anos em que pude estar com ela, tentando ser obediente e respeitando-a... Anos que pude desfrutar do seu amor!

Eu já tinha tentado anos atrás pensar como seria minha vida sem minha mãe; eu sempre cortava esse pensamento pedindo a Deus que, se possível fosse, esse dia nunca chegasse. Hoje esse pensamento o qual eu tanto evitava é real, ela não está mais aqui, Deus a levou...

Era difícil imaginar a vida sem ela e é ainda mais difícil viver sem ela. Nunca estamos prontos para dizer “adeus”, mesmo sabendo que isso faz parte da vida aqui... Adeus significa uma separação física, contudo a minha ligação com minha mãe era muito mais do que física; o laço que nos unia ainda existe e transborda em mim através da saudade. Posso dizer também que "adeus" significa ser no tempo de Deus e sei que no tempo Dele estarei novamente com ela na eternidade!